Na área da arquitetura e do design, a criação de um projeto envolve diversos elementos, desde a concepção da ideia até a sua visualização final. Uma etapa crucial nesse processo é a criação do moodboard, também conhecido como painel de referências ou painel semântico, uma ferramenta que auxilia na organização e visualização de conceito, estilo, atmosfera e paleta de cores do projeto, facilitando a comunicação de ideias com clientes e membros da equipe.
Um moodboard deve ser representado visualmente, na forma de uma coleção de imagens, texturas, cores e tipografia, que representarão a aparência geral de um projeto e ajudarão a garantir que todos os membros envolvidos estejam “na mesma página”. Ao estabelecer uma direção e visão claras, por meio de moodboards, é possível economizar tempo e recursos, evitando revisões e alterações desnecessárias no processo de criação.
Quando se trata de renderização de imagens, é fundamental ter um planejamento sólido para alcançar resultados visuais impactantes. Então, o moodboard – uma etapa muitas vezes negligenciada, mas extremamente útil – é uma ferramenta que pode agregar diferentes visões de projeto de todos os participantes, como uma forma de organizar e comunicar as ideias, a fim de garantir que o resultado final esteja alinhado com a visão do projeto. Por isso, resolvemos contribuir com o tema e explorar a importância dessa ferramenta nesse processo, pontuando como ela pode agregar para a qualidade e eficiência do trabalho final.
Conforme apresentado anteriormente, um moodboard é uma ferramenta visual que reúne imagens, cores, texturas e outros elementos que ajudam a estabelecer a atmosfera ou o estilo de um projeto. Geralmente utilizado em áreas criativas como design de interiores, moda, publicidade e design gráfico, um moodboard ajuda a transmitir uma ideia ou conceito de forma visual e inspiradora. Pode ser usado como ponto de partida para desenvolver um projeto, definir uma identidade visual ou comunicar uma estética específica.
Se essa ferramenta é amplamente utilizada em diferente áreas criativas, não poderia ser diferente para o mundo virtual das renderizações, que caminham lado a lado ao design, arquitetura e publicidade. E, no caso dos artistas digitais, pode-se aproveitar o processamento das renderizações para criar o moodboard a partir do contexto do projeto, inclusive, já renderizando no ambiente.
Para exemplificar de forma visual, utilizaremos um estudo que desenvolvemos aqui na Arca Maker. Trata-se de uma edificação mínima residencial, uma cabana, em que não tínhamos especificações técnicas dos materiais e nem projeto de interiores. Apenas, o conceito do projeto, que é o aconchego rústico, e a busca pela conexão com a floresta exterior.
Abaixo, renderizamos um moodboard de materiais que foram utilizados para composição dos ambientes internos dessa cabana.
A imagem acima foi renderizada a partir das referências de materiais. Desta forma, apresentamos previamente os materiais que seriam renderizados na perspectiva da sala, antes de aplicá-los no ambiente:
A intenção, além de demonstrar os materiais que seriam reproduzidos na renderização, foi a de aprovar com a equipe se a sensação do render estaria adequada às premissas de projeto, bem como a temperatura de cor da imagem, o ângulo de iluminação e sombras, e também o uso de peças naturais na composição do render.
Agora, veja o resultado final das renderizações geradas a partir desses moodboard de materiais na galeria abaixo:
Esse é apenas um exemplo de como utilizar o moodboard para definição de aspectos da renderização, o que garantiu a consistência em elementos de design, como paletas de cores, texturas e padrões, resultando em um produto final coeso e adequado ao conceito do projeto.
Montar um moodboard é uma etapa crucial para transmitir visualmente a visão e o conceito de um projeto ao cliente. Apesar de não haver regras para criá-lo, achamos importante construí-lo de forma lógica e organizada, garantindo uma comunicação clara e uma compreensão mútua. Como o moodboard normalmente é apresentado de forma visual, não é interessante que o receptor da mensagem não saiba como interpretá-la. Portanto, para garantir a eficiência dessa ferramenta, nós sugerimos o seguinte passo a passo:
Comece coletando referências e inspirações que estejam alinhadas com o objetivo e estilo do projeto. Busque imagens, cores, texturas e elementos que transmitam a atmosfera desejada. Revistas, sites, redes sociais e até mesmo amostras físicas podem ser fontes valiosas de inspiração. Certifique-se de que as referências escolhidas sejam relevantes e representem a visão do projeto.
Escolher um tema para o seu moodboard pode faciliitar também, o que pode ser um esquema de cores, um estilo ou um clima específico que você deseja transmitir. Desta forma, você pode refinar a sua visão e garantir que todos os elementos funcionem juntos de forma coesa.
Após coletar as referências, organize-as de forma lógica e coerente. Agrupe as imagens por categorias, como cores, texturas, estilos ou elementos específicos. Isso ajudará a criar uma estrutura visual clara e facilitará a compreensão do moodboard como um todo.
Agora é hora de criar a composição visual do moodboard. Disponha as referências de forma harmoniosa, levando em consideração a estética e a hierarquia visual. Pense na disposição das imagens, no uso de espaços negativos e na fluidez da composição. Você pode fazer isso fisicamente, colando as imagens em uma superfície, ou digitalmente, usando softwares de edição.
Além das imagens, você pode adicionar elementos complementares ao moodboard, como amostras de materiais, tecidos, texturas ou até mesmo palavras-chave que representem o conceito do projeto. Esses elementos adicionais ajudarão a transmitir uma compreensão mais completa da atmosfera desejada.
Ao apresentar o moodboard ao cliente, é importante se preparar adequadamente. Certifique-se de entender completamente o conteúdo do moodboard e ser capaz de explicar cada escolha e referência. Organize as informações de forma clara e concisa, destacando os pontos-chave que você deseja transmitir.
Na apresentação, explique o objetivo do moodboard, o conceito por trás das escolhas e as principais referências utilizadas. Encoraje o feedback do cliente e esteja aberto a possíveis ajustes ou alterações. Lembre-se de que a apresentação deve ser uma troca de ideias e uma oportunidade para alinhar expectativas.
Ao seguir os passos mencionados acima, você estará preparado para criar um moodboard eficaz e apresentá-lo de forma impactante. Lembre-se de que o moodboard é uma ferramenta visual poderosa que pode ajudar a traduzir a visão do projeto em uma linguagem compreensível para qualquer público.
Usar moodboards é uma forma altamente eficaz de criar renderizações atraentes e precisas. Ao reunir inspiração e organizar elementos de design, os moodboards permitem estabelecer uma visão clara e concisa antes de iniciar o processo de renderização. Isto não só economiza tempo e recursos, mas também leva a resultados finais mais bem-sucedidos e satisfatórios. Lembre-se de ter em mente os elementos chave de cor, textura e estilo ao criar seus moodboards e não tenha medo de experimentar e ultrapassar limites.
Portanto, não subestime a importância dessa ferramenta na renderização de imagens e aproveite todos os benefícios que ela pode trazer para o seu projeto. Até breve!